terça-feira, 19 de outubro de 2010

MARCELO FALCÃO

PERFIL - MARCELO FALCÃO
Dados pessoais
Carioca, 32 anos

Carreira
Foi escolhido para vocalista
do Rappa em 1993, através
de um anúncio de jornal

Discografia
O Rappa (1994), Rappa-Mundi (1996), Lado B Lado A (1999), Instinto Coletivo (2001), O Silêncio Q Precede o Esporro (2003), Acústico (2005)

Foto: Marcelo Serra Lima/ÉPOCA
O ano era 1993. Marcelo Falcão, morador do Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, fazia estágio como técnico em eletrônica. Entre a corrida pela sobrevivência e a música que levava com seu violão pelo corredor da escola, viu um anúncio no jornal: 'Banda carioca procura por um vocalista'. Quase deixou de ir ao teste, em Botafogo, zona sul da cidade: aos 20 anos, não tinha dinheiro para a passagem dos três ônibus que teria de pegar. Arrumou uns trocados só para a ida, o que não foi um problema - de certa forma, nunca mais teve de voltar.
Mais de uma década depois de ter sido eleito vocalista do conjunto O Rappa, Falcão é hoje uma voz marcante do pop-rock nacional, talvez a principal delas. A banda junta multidões em seus shows e acredita que é possível vender muito sem descuidar da qualidade. O segredo está nas letras vigorosas - a maioria de cunho social -, na batida energética e, principalmente, na performance do cantor no palco. A garotada, agora, segue O Rappa quase como uma religião, encampando os projetos sociais do grupo e vendo Falcão como uma espécie de guru.

Tenho de ser humilde. A possibilidade de alguém como eu ter a chance de mostrar sua música é quase zero
O cantor é do tipo que não 'economiza' em cena - para usar uma expressão dele mesmo. O grupo faz, em média, 16 shows por mês. Em todos, Falcão canta com voz rasgada, gritando as letras, improvisando discursos no meio das canções e falando de olhos fechados, como se estivesse recebendo uma mensagem. Tem uma expressão corporal própria e incansável - coisa que não se via no rock brasileiro desde Renato Russo. 'Um artista que economiza em show é coisa que me ofende', afirma.
À semelhança da trajetória de Falcão, a história do Rappa é um caminho de persistência e recomeços. A banda quase não resistiu à saída do baterista e principal letrista Marcelo Yuka, que ficou paraplégico ao levar um tiro num assalto, em 2000. Três anos depois veio O Silêncio Q Precede o Esporro, produzido por Tom Capone. O CD vendeu 300 mil cópias e mostrou que eles continuavam fazendo música de punhos erguidos, mesmo sem um de seus principais integrantes. Em 2004, outro revés: Capone, especialista em sucessos e mentor de uma virada sonora da banda, morreu num acidente de moto em Los Angeles.
A banda soube se reinventar novamente. No recém-lançado CD Acústico MTV (editado também em DVD), o Rappa toma como base O Silêncio Q Precede o Esporro para subverter as regras desse tipo de produção, que pede artistas sentados em banquinhos. Salvo uma ou outra faixa mais tranqüila, o vocalista surge tocando fogo no palco e hipnotizando a platéia de jovens. Em pouco mais de um mês, o Acústico atingiu a marca de 200 mil cópias vendidas.

Divulgação
COMPANHEIROS Ao saber que Yuka (na foto, com a camiseta 'Subúrbio') sobreviveria a um tiro, o cantor tatuou Jesus Cristo no braço
Falcão e Marcelo Yuka não se falam desde que o baterista deixou a banda. 'Ainda não nos esbarramos. Mas eu amo o Yuka', diz. O vocalista tatuou uma imagem de Jesus Cristo no braço direito quando soube que o companheiro escaparia da morte. Engajado não apenas nas letras que canta, Falcão (e também seus companheiros de banda, Xandão, Lauro e Lobato) apóia o fundo Na Palma da Mão, que dá recursos para iniciativas que envolvem jovens carentes. Doam parte dos cachês ao projeto e ainda determinam, por contrato, que seus produtores e sua gravadora, a Warner, façam o mesmo.
A vida simples e discreta de Falcão, que mora sozinho em Vargem Grande, bairro afastado do Rio, foi abalada por motivos do coração. Há quase dois anos ele namora a atriz Deborah Secco. 'É um problema', admite, lamentando o assédio dos fotógrafos. 'Pode até fotografar de longe, mas não me peçam para posar.' Falcão tem pensado em novos vôos. Deve abraçar alguns projetos-solo, sem prejuízo do trabalho com o Rappa. Reggae e rock pesado estão na lista. Samba também. 'Meu bisavô foi um dos fundadores da (escola de samba) Mocidade Independente de Padre Miguel.' Falcão sonha em, um dia, puxar um enredo da Mangueira ao lado de Jamelão. Topa tudo para realizar o desejo. 'Aceito até ser o 27° puxador, só para cantar com ele', brinca.

Integrantes

Membros atuais

Músicos de apoio

Ex-membros

Discografia



O Rappa
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
1994 
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
1996

Lado B Lado A
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
1999
Instinto Coletivo
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
2001

O Silêncio Que Precede o Esporro
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
2003
Acústico MTV - O Rappa
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
2005
Warner 30 Anos: O Rappa
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
2006
7 Vezes
Gravadora: Warner Music
Lançamento:
2008

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

'O RAPPA' NÃO ACABOU', DIZ FALCÃO A JORNAL

Vocalista garante que o grupo só está de férias e planeja uma 'volta gigante' no ano que vem.

Há mais de seis meses fora dos palcos, não param de surgir boates que o grupo O Rappa teria chegado ao fim. Em entrevista ao jornal "O Dia", o vocalista da banda Falcão garantiu que eles estão apenas de féria.

“O Rappa não acabou. Se fosse para acabar,já teria acabado com a saída do  Yuka, com a morte do (produtor) Tom Capone ou quando rolaram coisas esquisitas com a gravadora, explicou Falcão entrevista ao jornal "O Dia". “”, diz Falcão. 
Entre essas ‘coisas esquisitas’, o cantor enumera o veto da Warner à sua participação no DVD que o Skank gravou no estádio do Mineirão, no último dia 19:  Ainda segundo o jornal, o ressentimento pode gerar o fim do contrato entre O Rappa e a Warner. "Ainda devemos um CD a eles, que deverá ser o último. Como o contrato está para acabar, já tem um monte de gente nos procurando para conversar”, revelou.

Falcão garantiu ainda que está apenas curtindo um ano de férias. "Vejo uma volta gigante do Rappa para o ano que vem!”, antecipou.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O RAPPA - A HISTORIA

Em 1993, com a vinda do cantor regueiro Jamaicano Papa Winnie ao Brasil, foi montada uma banda às pressas para acompanhar o cantor em suas apresentações. Formada por Nelson Meirelles, na época produtor do Cidade Negra e de vários programas de rádios alternativas do Rio de Janeiro; Marcelo Lobato, que havia participado da banda África Gumbe; Alexandre Menezes, o Xandão, que já havia tocado com grupos africanos na noite de Paris e Marcelo Yuka, que tocava no grupo KMD-5. Após essa série de apresentações como banda de apoio do jamaicano, os quatro resolveram continuar juntos e colocaram anúncio no jornal O Globo para encontrar um vocalista. Dentre extensa lista de candidatos, Marcelo Falcão foi o escolhido.

A decisão sobre o nome da banda envolveu opções como "Cão-careca" e "Bate-Macumba". O nome escolhido - O Rappa - vem da designação popular dada aos policiais que interceptam camelôs, os rapas. Com um p a mais para diferenciar, o nome foi escolhido. Um exemplo de a palavra rapa ser aplicada aos caçadores de camelôs pode ser encontrado na canção "Óia o rapa!" na composição de Lenine e Sérgio Natureza, gravada pela banda no CD Rappa Mundi.

Finalmente, com Falcão na voz, Marcelo Yuka na bateria, Xandão na guitarra, Nelson Meireles no contra-baixo e Marcelo Lobato no teclado, estava formado O Rappa.

Em 1994, lançaram seu primeiro disco, que levou o nome da banda. O Rappa não obteve muito sucesso e foi o único disco com a presença de Nelson Meireles, que abandonou a banda por motivos pessoais. Com a saída de Nelson Meireles, Lauro Farias, que tocava com Yuka no KMD-5, assumiu o contrabaixo.

Em 1996, foi lançado o CD Rappa Mundi, que praticamente introduziu a banda no cenário nacional e quase todas as canções foram sucesso. Entre elas, Pescador de Ilusões, A Feira e a versão nacional para o sucesso de Jimi Hendrix, Hey Joe.

Depois de três anos sem um álbum novo, em 1999 vem a público Lado B Lado A. Com letras "mais fortes" que o anterior, mostra o amadurecimento da banda e revela Yuka como letrista de alto nível em canções como Minha Alma (a paz que eu não quero) e O que sobrou do céu, além de Tribunal de Rua, que narra história baseada em fato real, conhecido na mídia como "Rambo, o torturador", que foi a capa da revista Veja de 9 de abril de 1997. Os videoclipes das duas primeiras foram premiadíssimos, tornando-se sucesso nacional.

Em 2000, O Rappa causou "comoção pública e muita indignação" entre diversas bandas: no Rock in Rio que ocorreria no ano seguinte, a banda seria colocada antes de alguns americanos, e protestaram. Foram retaliados com exclusão, e 5 bandas brasileiras saíram do festival em protesto (Skank, Raimundos, Jota Quest, Cidade Negra e Charlie Brown Jr.)
Marcelo Yuka

Em 2001, o baterista Marcelo Yuka foi vítima direta da violência urbana, ao ser baleado durante tentativa de assalto, ficando paraplégico e assim impossibilitado de tocar bateria. Lobato assumiu o instrumento (deixando para seu irmão Marcos Lobato, contribuinte d'O Rappa, os teclados, este não entrou oficialmente para a banda) e O Rappa voltou a tocar. Mesmo debilitado, o baterista voltou ao grupo e no mesmo ano lançaram o disco Instinto Coletivo ao vivo, com um show gravado em 2000, ainda com Yuka na bateria e três inéditas de sua autoria.

Yuka desligou-se d'O Rappa deixando inimizade com os outros companheiros, alegando ter sido expulso por não concordar com o novo rumo que a banda vinha seguindo. Yuka fundou outro grupo, F.ur.t.o (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), que faz parte de um projeto social homônimo, que, segundo Yuka, era algo maior do que O Rappa o possibilitava.

A dedicação de Yuka ao projeto F.ur.t.o. pode ser vista mesmo durante sua estadia n'O Rappa: ele aparece com uma camiseta preta com o nome F.ur.t.o. em branco durante o vídeo clipe Minha Alma (A paz que eu não quero) vídeo clipe que deu toda a projeção ao O Rappa como movimento social e não somente uma banda de rock.

Em 2003, O Silêncio Q Precede O Esporro, primeiro álbum sem ligação com Yuka foi lançado. Sem as letras de Yuka, Marcos Lobato, tecladista colaborador, tornou-se o principal compositor com a autoria de diversas canções de sucesso como Reza Vela e Rodo Cotidiano. Em parceria com Carlos Pombo compuseram O Salto, com letra forte em relação ao resto do disco, mais ameno sem as letras de Yuka. Em seguida foi lançado o DVD homônimo, gravado ao vivo no Olimpo - Rio de Janeiro.

Em 2005, atendendo a convite por parte da MTV Brasil, a banda gravou o especial Acústico MTV com participação de Maria Rita em "O que sobrou do céu" e "Rodo Cotidiano", e Siba, do Mestre Ambrósio, na rabeca em algumas canções. O disco também rendeu um DVD com algumas canções além das presentes no CD.

O RAPPA



O Rappa é uma banda brasileira conhecida por suas letras de forte impacto social. Seu ritmo não é exatamente definido nem mesmo pela própria banda. Embora seja de início principalmente reggae e rock, a banda também incorporou elementos de samba, funk, hip-hop, rap e MPB.

Um de seus maiores sucessos, a canção "Pescador de Ilusões", do Baiano Wally Salomão, tornou-se sucesso no CD em que foi lançada primeiramente, Rappa Mundi, e novamente no Acústico MTV de 2006, com o refrão "Valeu a pena, valeu a pena". O mesmo feito de popularidade veio com a canção "Me Deixa", também de Marcelo Yuka.

Em 2005 foi lançado o Acústico MTV, no qual a banda resgata alguns sucessos e outras canções nem tão famosas, do primeiro ao último disco lançado na época, e introduz duas canções inéditas: uma feita especialmente para o Acústico - "Na frente do Reto" - e outra que entraria em O Silêncio Q Precede O Esporro - "Não perca as crianças de vista" - mas ficou de fora da lista de canções.